terça-feira, 3 de novembro de 2009

Esperança

















A esperança é como o vento
Ela toca a minha pele com alento
Me convence de sua existência
Mas esvai-se com sapiência
Como retê-la dentro de mim?
Será ela um órgão, como um rim?
Não é difícil concluir que não
Ela até passa pelo pulmão
É o ar que expurgamos
à medida que respiramos
Do corpo logo desencarna
Ah, se ela fosse sarna!
Nunca me abandonaria
Daí não precisaria
Prendê-la dentro de um frasco
Já bem perto do fiasco
afrouxo a tampa da esperança
Que, em fuga, compõe sua dança
Aquela que imita a ventania
Um samba que é cheio de harmonia
E como veneno adentra o peito
Partindo sem nenhum respeito
Até deixar limpo o recinto
Sem se importar com o que sinto
De mim, mortal sonhador, ficou o resto
E essa especiaria não vendo, nem empresto

Um comentário:

  1. Meu filho que foi isso hein???

    Estou bestificando com tamanha perfeição...

    E com certeza aprecio o que é bom!

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