segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Quarteto Fantástico



Quero pintar as paredes de aquarela
Pretendo mudar de clientela
Pode ser de cor preta ou amarela
Pergunto-me se agradará a ela

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

X A U





Ensina-me a conter minhas lágrimas
Elas não compõem mais rimas
Mas ensine-me com cantos líricos
Escolha os mais ricos

Porém...

Não ligue os alto-falantes
Eles estouram meus ouvidos


Queria ser homem pra te dar segurança
Mas sou um menino
Cheio de esperança
Nem sempre agrado o feminino

Portanto...

Ensina-me, és professora
Não corra, não corra, não corra!

Não se vá sem dizer tchau
Não quero ser deportado
Quero subir cada degrau
Pois meu lugar é ao seu lado

Poema escrito por Anderson Pereira

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Perfeição
















Acho que é algo que nunca atingiremos.

Você pode até tentar ser bom, mas nunca será perfeito. Sempre vão achar um defeito em ti, te pôr uma tag, deduzir algo através das suas claras ou obscuras palavras. Ou seja, ninguém nunca está satisfeito contigo.

Outra coisa que as pessoas não enxergam é o esforço. Você pode se esforçar bastante, mas se não for no tempo delas é tarde demais.

Mais uma coisa que as pessoas não suportam é ver que você está se dedicando ou buscando uma coisa que elas julgam não ser adequada pra você.

Falo isso porque as pessoas estão sempre preocupadas em dizer onde eu erro, porque eu erro, o que eu deveria fazer, o que eu deveria sentir, o que eu deveria comer, que horas devo chorar, parar de chorar e em que tom devo fazê-lo.

Isso me incomoda. Tudo o que eu quero é amar todas as pessoas do mundo. Mesmo que elas me odeiem. Mas interditar as coisas que sinto na hora que elas querem é muito difícil. Nesse sentido estou bem longe da perfeição. Porque as pessoas não vêem o amor como eu vejo. Eu sonho demais, estou sempre no mundo das idéias. Não consigo me adaptar, portanto todos acham que por eu não ter uma postura igual a deles eu sou imaturo.

Sou imaturo por reagir de uma forma anti-convencional, ou seja, diferente do que as outras pessoas consideram o normal.

Sei que muita gente já parou de ler o texto. Porque textos muito grandes incomodam. Mas isso não interessa. Se só uma pessoa se preocupar em ler isso e com essa leitura fizer algo útil, já estarei satisfeito. Porque não me importo com a quantidade, mas sim com a qualidade.

Isso também incomoda as pessoas, elas pensam em números... E eu penso em conhecimento, em logos! Para elas vale mais o que se tem no bolso e não o que se esconde abaixo do couro cabeludo.

Não me acho um bom homem, pelo menos não sou o homem ideal para a sociedade.
Tenho manias e costumes que incomodam, além de idéias polêmicas. Talvez eu traga isso no meu próprio semblante, porque as pessoas olham pra mim e já tem uma reação, quase sempre adversa. Eu sofro preconceito pelo jeito que me visto, pelo jeito emotivo, pela maneira poética que encaro as coisas, pela maneira como me expresso (quase sempre uso palavras que as pessoas desconhecem, mas eu não faço intencionalmente), por odiar o sistema, as regras e as leis e tentar mudá-los, por gostar de rock, por não ter preconceito contra os homossexuais, etc... Além desses tem uns que eu queria me deter mais:

Eu não como carne... As pessoas ficam tentando achar explicações que justifiquem o porquê desta prática. Mesmo eu dizendo que é para preservar a vida dos animais, acham que é porque eu fiz promessa pra voltar pra minha namorada.

Eu não desisto, eu sempre insisto. As pessoas não gostam disso. Mas eu acho que quando queremos algo, temos que lutar por isso. E se desistirmos no primeiro não, poderemos estar perdendo oportunidades. Às vezes minhas insistências tem conseqüências catastróficas. Mas, na maioria das vezes, eu consigo o que eu queria. As pessoas odeiam que eu sonhe, que eu tenha objetivos.

Eu choro muito. Sou a pessoa que mais chora que eu conheço. Se algo me fere não consigo conter as lágrimas. Mas até elas são mal compreendidas. O que eu fico pensando quando pedem pra eu parar de chorar é que pensam que eu tenho um botão automático capaz de controlar meus olhos e interditá-los de executar a prática da tristeza. Também não choro por qualquer besteira, pode até ser besteira aos olhos da pessoa que me vir chorando. Mas é muito fácil achar que não há motivo pra chorar quando você está vendo alguém chorar e naquele momento não tem motivos pra chorar. Meu objetivo com as lágrimas não é comover ninguém. E se você quer um propósito para entender o porquê de minhas lágrimas, tente pensar que é porque é a única maneira que eu tenho de me comunicar com a minha própria tristeza.

Acho o sexo a coisa mais normal, natural e necessária do mundo. Pra mim é difícil uma vida sem sexo, sem carinho carnal. Acho que as pessoas devem se amar, isso é o que importa. Numa prática sexual para mim, tudo é permitido. As pessoas precisam desse momento de prazer e não há nada de errado e nojento nisso.

Eu poderia falar um monte de coisa que as pessoas abominam em mim. Mas eu prefiro acreditar no que realmente sou. Não acho que seja perfeito. Queria que as pessoas vissem o que há de errado com elas primeiro para poder ver o que há de errado em mim depois. Mas é impossível. Eu sou o "Cowboy fora da lei" que Raul Seixas canta.

Pra terminar, uma frase dele: "Quando acabar o maluco sou eu."

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Camisa de botão








Amanhã

Não vejo a hora de te reencontrar

Será manhã

Tenho uma outra camisa

Mais botões pra você desabotoar


Amanhã

Tenho palavras para soletrar

Será manhã

Minha sacerdotisa,

Há outra canção que devemos entoar


De dois em dois botões

Um novo carinho

O peito agora encontra-se despido

Os músculos executam flexões

As mãos encontram seu caminho


A seqüencia das ações

compõem um torvelinho

O corpo não é mais insípido

E não contem as suas erupções

Ao chão a camisa de linho





P.S.: Não há nada mais prazeroso do que ter os botões da sua blusa sendo descontinuados por uma mulher.

Este poema versa sobre esse prazer indescritível que eu tentei tornar descritível.



terça-feira, 3 de novembro de 2009

Esperança

















A esperança é como o vento
Ela toca a minha pele com alento
Me convence de sua existência
Mas esvai-se com sapiência
Como retê-la dentro de mim?
Será ela um órgão, como um rim?
Não é difícil concluir que não
Ela até passa pelo pulmão
É o ar que expurgamos
à medida que respiramos
Do corpo logo desencarna
Ah, se ela fosse sarna!
Nunca me abandonaria
Daí não precisaria
Prendê-la dentro de um frasco
Já bem perto do fiasco
afrouxo a tampa da esperança
Que, em fuga, compõe sua dança
Aquela que imita a ventania
Um samba que é cheio de harmonia
E como veneno adentra o peito
Partindo sem nenhum respeito
Até deixar limpo o recinto
Sem se importar com o que sinto
De mim, mortal sonhador, ficou o resto
E essa especiaria não vendo, nem empresto

Que estilos de texto você prefere ler?